Archivo de la categoría: Português – Portugués

Um homem de ação no terreno

Sérgio Vieira de Mello

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homens cegos

corações obscuros

não vêem o caminho

branco que leva

ao paraíso

O Paraíso – Madredeus

Subi a escada de papelão
Imaginada
Invocação
Não leva a nada
Não leva não
É só uma escada de papelão

Há outra entrada no Paraíso
Mais apertada
Mais sim senhor
Foi inventada
Por um anão
E está guardada
Por um dragão

Eu só conheço
Esse caminho
Do Paraíso

A Praça-forte de Valença

A Praça-forte de Valença

AS ORIGENS DA OCUPAÇÃO HUMANA EM VALENÇA DO MINHO

PRÉ-HISTÓRIA – Admitindo-se como provável a presença de comunidades humanas desde a pré-história. Os diversos vestígios arqueológicos aqui descobertos revelam-nos como este sempre foi, desde a alta antiguidade, um local propício à fixação humana – em grande medida devido aos diversos recursos naturais que aqui se encontram disponíveis.

As gravuras rupestres da Tapada de Ouzão e do Monte da Lage, e as gravuras próximas do Monte dos Fortes, executadas durante o período da Idade do Bronze, revelam a importância da actividade pastorícia na zona da serra. Em Valença encontramos um dos principais núcleos da Península Ibérica com mais de 110.

Embora não existam certezas, nem um consenso científico quanto ao significado destas gravuras, supõe-se que possam estar associadas a um significado simbólico-religioso. Estes dois sítios arqueológicos encontram-se desde 1980 e 1984, respectivamente, classificados como Imóvel de Interesse Público. Nas imediações das estações arqueológicas da Tapada de Ouzão e do Monte da Lage podem ser encontrados vestígios de povoados fortificados erguidos durante a Idade do Ferro, bem como de um notável conjunto megalítico – todos estes diferentes elementos reforçam a convicção de que a riqueza cinegética da região terá certamente contribuído para a atracção e fixação de comunidades humanas em Valença ao longo dos séculos e dos milénios.

OCUPAÇÃO ROMANA – Mais tarde, encontramos em Valença diversos vestígios que remontam ao tempo do império romano. O facto de este constituir um importante local de atravessamento do rio Minho, através da via romana que ligava Bracara (hoje Braga) a Lucus (actualmente, Lugo) certamente ajuda a explicar a fixação humana neste local, já nesta época. Em 137 A.C. pensa-se que o Cônsul Romano Júlio Bruto terá acampado nestas paragens. Com o Imperador Augusto começaram a definir-se pequenas fortalezas, então designados por Castelli, de localização estratégica sobre a via de comunicação – um deles terá sido o Castellum de Valença.

Ao domínio romano sucederam-se, posteriormente, os Suevos e os Godos. A localização junto ao rio Minho revelou-se, uma vez mais, estratégica, tendo mesmo chegado a existir uma residência real em Tui durante este período.

O aglomerado viria posteriormente a sofrer de forte esvaziamento populacional em consequência da ocupação árabe (a primeira invasão ocorreu em 716). A mais poderosa invasão árabe foi a de Almansor em 997, que se estendeu até Santiago de Compostela e arrasou Ganfei (Valença), de que só ficou a memória da sua fundação.

Com a Reconquista Cristã, esta região foi recuperada, tendo sido posteriormente integrada no Condado Portucalense e, mais tarde, no reino de Portugal.

FORTALEZA: ELEMENTO MARCANTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE VALENÇA

A história e as origens mais evidentes do desenvolvimento de Valença encontram-se estreitamente ligadas à presença do rei D. Sancho I. Este monarca português decide dar inicio a uma série de tentativas de ocupação das localidades de Tui e Pontevedra.

É no quadro destes conflitos entre Portugal e Espanha que Valença, à época conhecida por Contrasta ganha por volta de 1200 um protagonismo inédito. A posição estratégica, entre o rio Minho e a velha estrada romana, Contrasta constituía o local ideal para vigiar os ataques galegos e para planear as investidas sobre Pontevedra e Tui. A importância que a antiga via romana ganha enquanto local de peregrinação rumo ao túmulo de Santiago, para a qual confluíam peregrinos e viajantes de toda a Península Ibérica.

Esta conjugação de factores levou o rei D. Sancho I a outorgar a sua primeira carta de foral e a aqui decidir erguer uma construção defensiva de carácter permanente – afirmando uma linha de fronteira natural que o rio já estabelecia.

De acordo com relatos da época, a delimitação do Couto de Valença teve um forte impacto, revestindo-se de certa solenidade e significado. Marca, ainda, dois ritmos de desenvolvimento distintos – intra-muros (abrangido pelo foral) e extra-muros – com modelos de relações sócio-económicas e políticas próprias.

Saliente-se ainda que, à semelhança de outras comunidades instaladas em zonas fronteiriças, D. Afonso II concedeu o foral, em 11 de Agosto de 1217, contemplando um conjunto de regalias e privilégios aos habitantes de Contrasta. Deste modo, pretendeu-se estimular o desenvolvimento de Contrasta, que nesta época assume, do ponto de vista geoestratégico, um estatuto reforçado no contexto das relações do Minho com a Galiza, tornando-se no principal ponto de passagem entre as duas regiões.

Em consequência das guerras com Leão, o núcleo de Contrasta ficou parcialmente destruído no século XIII (1211/1212), tendo de ser reconstruido. Com o intuito de reforçar o desenvolvimento do aglomerado, D. Afonso II atribui um novo foral a Contrasta, renovado os privilégios que tinham sido atribuídos por D. Sancho I.

Em 1262, Contrasta muda de nome para Valença, por decisão de D. Afonso III, procurando simbolicamente reavivar o dinamismo deste aglomerado na rede urbana do reino. Para além da mudança de nome, o monarca ordena, ainda, uma profunda reforma do sistema militar da vila, passando as muralhas a abarcar toda a povoação.Ainda hoje é possível detectar alguns vestígios da fortaleza medieval de Valença. Por exemplo, na Porta do Açougue, virada a poente, persiste um escudo medieval na pedra de fecho, ainda sem orla dos castelos. Por último, Valença passa então a dispor de um alcaide e de uma guarnição militar (besteiros do conto) fixa, que tinham a seu cargo a defesa da vila e da região das incursões leonesas.

Ao longo das décadas e séculos seguintes, a Praça-Forte de Valença continuou a beneficiar de uma atenção privilegiada, por parte das autoridades políticas e militares, devido à importância geoestratégica que nunca perdeu.

No entanto, será somente em finais da década de 50 do século XVII, durante os anos críticos da Guerra da Restauração, que se dão as primeiras tentativas para reforçar a muralha de Valença, uma das mais expostas a ataques espanhóis – em 1657 e 1660, chegaram mesmo a haver tentativas sérias para tomar esta fortaleza afonsina.

A obra da fortaleza de Valença ficou a cargo do francês Miguel Lescole, que procurou robustecer esta enfraquecida estrutura defensiva. O projecto original de Lescole, encomendado em 1668 e entregue em 1683, acaba, contudo, por nunca ser aprovado pelo Conselho de Guerra. Será Manuel Pinto Vilalobos, um discípulo do engenheiro militar francês, que, aproveitando em grande parte as plantas do mestre, dará início à tarefa, em finais de 1691. A obra estará, em grande medida, concluída em 1700.

A nova Fortaleza de Valença dividia-se em duas áreas distintas, interligadas pela Porta do Meio: a “Vila”, a Norte, abrangendo o velho núcleo medieval, mais densamente povoado e onde se reuniam os principais equipamentos sociais; com menor dimensão e praticamente desimpedida de construções, a “Coroada” , a sul. A rodear os dois espaços, uma densa malha de baluartes, revelins e fossos que garantiam o isolamento de toda esta área e permitiam uma ampla área de visibilidade e de fogo. Ainda, hoje, é possível, quando percorremos o intra-muros da Fortaleza de Valença, identificar claramente estas duas áreas. Com cerca de 5km de perímetro amuralhado, o sistema defensivo abaluartado de Valença é composto por 10 baluartes e dois meios baluartes. São nesta altura criados os baluartes da Lapa, da Esperança e do Faro, o chamado Paiol do Açougue (Antigo Armazém da Pólvora), edificado em 1715 no lado poente da Praça, e o Paiol do Campo de Marte, valendo certamente a pena a sua visita, atendendo às características únicas do seu interior.

Esta obra militar foi considerada de grande inovação para a época, recorrendo à técnica de fortificação abaluartada.

No início do século XVIII Valença era a mais importante Praça-Forte do Minho e uma das mais importantes de toda a linha fronteiriça de Portugal.

O DESENVOLVIMENTO DE VALENÇA NOS TEMPOS MODERNOS

A Ponte Rodo-Ferroviária Internacional (ou Ponte Metálica sobre o Rio Minho), que liga Valença a Tui, constitui um importante sinal de progresso e modernidade deste concelho que, durante alguns anos, viu o comboio terminar em Segadães. Só em 1879 é que os governos de Portugal e Espanha chegam a acordo para a construção desta importante via de ligação bifuncional (ferroviária e rodoviária).

Inaugurada em 25 de Março de 1886, aproximadamente cinco anos após o anúncio público do concurso da obra (lançado conjuntamente pelos dois governos nacionais), este é um projecto do engenheiro espanhol D. Pelayo Mancebo Y Agreda. Constituída por dois tabuleiros metálicos sobrepostos, com 400 metros de comprimento, assentes em quatro pilares de granito, o caminho-de-ferro circula no tabuleiro superior da ponte, estando o piso inferior reservado ao tráfego rodoviário e pedonal.

Espaço de fronteira e de confluência, durante décadas, esta Ponte Metálica simbolizou um importantíssimo elo de ligação (histórica, económica e social) entre o Norte de Portugal e a Galiza que vai ser, deste modo, reforçado a partir de finais do século XIX. Ainda, hoje, se mantém as ligações ferroviárias internacionais diárias desde o Porto até à cidade espanhola de Vigo. Por outro lado, a Ponte Internacional vai, ainda, assumir um papel muito relevante no desenvolvimento de Valença ao longo do século XX.

Fonte: https://www.visitvalenca.com/historia

A Europa das Línguas

Dia Europeu das Línguas

O Ano Europeu das Línguas (AEL) 2001, organizado conjuntamente pelo Conselho da Europa e pela União Europeia, envolveu com sucesso milhões de pessoas nos 45 países participantes. As atividades desenvolvidas celebraram a diversidade linguística na Europa e promoveram a aprendizagem de línguas.

Na sequência do êxito do AEL-2001, o Conselho da Europa instituiu o Dia Europeu das Línguas, a ser celebrado todos os anos no dia 26 de setembro. Os objetivos gerais do Dia Europeu das Línguas são:

  1. Alertar o público em geral para a importância da aprendizagem das línguas e diversificar a oferta linguística de modo a incrementar o plurilinguismo e a compreensão intercultural;
  2. Promover a riqueza da diversidade linguística e cultural da Europa, que deve ser preservada e valorizada;
  3. Fomentar a aprendizagem de línguas ao longo da vida, dentro e for a da Escola, seja para fins académicos ou profissionais, seja para fins de mobilidade ou por prazer e intercâmbio.

Em 26 de setembro de 2011 assinalou-se o 10º aniversário do Dia Europeu das Línguas (DEL), celebrado no Conselho da Europa e em todos os 47 estados-membros.

A expectativa do Conselho da Europa é a de que este Dia seja celebrado tanto pelas autoridades nos estados-membros como por outros potenciais parceiros a vários níveis:

  • decisores políticos (medidas específicas ou debates sobre assuntos relacionados com política de línguas, por exemplo);
  • público em geral (aumentando a consciência sobre os objetivos do DEL, incluindo a importância da aprendizagem de línguas ao longo da vida, em qualquer idade, em estabelecimentos de ensino, no local de trabalho, etc.);
  • no âmbito do voluntariado (ações específicas por e/ou para ONG, associações, empresas, etc.). Quem pode participar?

Fonte: http://edl.ecml.at/Home/Whatisit/tabid/1760/language/pt-PT/Default.aspx

A caminho da era poliglota

Se alguém lhe dissesse: “flisni me mua”, saberia o que significa ou mesmo de que língua se tratava? Com cerca de 225 línguas, é rica e diversa a herança linguística da Europa: facto a merecer celebração. Mas até que ponto os europeus se interessam por aprender a língua dos vizinhos próximos e menos próximos? Muitos europeus podem até pensar que viver em contexto monolingue é a norma. Mas entre metade a dois terços da população mundial é bilingue até certo ponto, e um número significativo de pessoas é plurilingue, ou seja, tem algum nível de competência noutras línguas (seja na compreensão, na escrita, na expressão oral…).

O plurilinguismo é, muito mais do que o monolinguismo, a condição humana normal. Há milhões de pessoas que pensam que não sabem mais nenhuma língua para além da sua língua materna; contudo, muitas delas têm algum conhecimento de outra língua. E, todavia, as oportunidades de aprender uma nova língua são hoje em dia maiores do que em qualquer outra época. Para realçar a importância da aprendizagem de línguas, o Conselho da Europa instituiu o Dia Europeu das Línguas (DEL), que se celebra todos os anos a 26 de setembro. A ideia por detrás do DEL é encorajar o “plurilinguismo”. Isto não é novo nem obscuro. É um facto da vida quotidiana entre muitos povos de África e da Ásia e é a norma em várias partes da Europa, em particular no Benelux e na Escandinávia e também na bacia do Mediterrâneo. E não tem de assustar as pessoas, levando-as a pensar que têm de aspirar a um domínio ao nível de um falante nativo. Trata-se de ser capaz de comunicar e ser compreendido de acordo com as necessidades e as exigências de cada um. A expansão internacional do inglês parece ser incontornável; há estudos que revelam que para a maioria dos aprendentes de línguas a aquisição de algum domínio de inglês é uma prioridade (um em cada três declara ser capaz de comunicar em inglês, de acordo com o Eurobarómetro).

Contudo, uma vez alcançado esse objetivo, não há razão para nos satisfazermos só com o inglês. Muitas outras línguas são também instrumentos valiosos para aproveitar ao máximo as experiências da vida, seja para trabalhar ou para viajar. Uma das ironias de um mundo globalizado é que o estatuto do inglês possa entrar em declínio. À medida que cada vez mais pessoas se tornam proficientes na “língua franca” da atualidade, o que deverá fazer a diferença é a capacidade de falar outras línguas. No mundo do trabalho e da educação, os falantes nativos de inglês terão de competir com candidatos que têm já a sua língua materna, mais o inglês e, em número cada vez maior, um conhecimento razoável de uma terceira ou de uma quarta língua. E a competência linguística traz muito mais do que benefícios económicos. Leva-nos a ser mais abertos aos outros, às suas culturas e atitudes, e também promove uma maior flexibilidade mental ao permitir-nos operar em diferentes sistemas de representação e em função de diferentes visões do mundo. Não devemos, portanto, subestimar o valor da aprendizagem de línguas na medida em que nos dá acesso ao povo, à cultura e às tradições de outros países. As pessoas que conseguem comunicar com outras culturas são potencialmente mais tolerantes. É preciso ter em conta que ser monolingue é ficar dependente da competência linguística e da boa vontade de outros. Aprender a utilizar outra língua é mais do que a aquisição de uma competência útil – reflete uma atitude de respeito pela identidade e pela cultura de outros e de aceitação da diversidade.

O Conselho da Europa lançou um projeto pioneiro para capacitar as pessoas a avaliarem o seu nível de proficiência numa língua estrangeira. O Portefólio Europeu de Línguas pretende motivar os aprendentes, pelo reconhecimento dos esforços para alargarem e diversificarem as suas competências linguísticas a todos os níveis, assim como fornecer um registo das capacidades adquiridas, o qual pode ser consultado, por exemplo, quando passam para o nível superior ou quando procuram emprego no país ou no estrangeiro. Com base num sistema de grelha, os aprendentes de línguas podem avaliar as suas capacidades – compreensão, leitura, produção oral e escrita – e atribuir-lhes um dos seis níveis europeus. Estes níveis têm vindo a ser adotados pela maior parte dos organismos de certificação na Europa, por muitos estados-membros e pela UE, em especial no âmbito do modelo Europass, um sistema criado para possibilitar a transparência e a comparabilidade das capacidades dos indivíduos entre os estados-membros. Um dos propósitos centrais do Dia Europeu das Línguas é reforçar a ideia de que a aprendizagem de línguas é um processo que se desenvolve ao longo da vida. Muitos adultos acreditam que, por terem perdido (ou desperdiçado) a oportunidade de adquirir uma nova língua durante os seus anos de educação formal, é demasiado tarde para recomeçar o processo. Não é. Por toda a Europa, aulas, programas e técnicas (desde livros a CD-ROM) estão disponíveis para qualquer pessoa melhorar as suas capacidades linguísticas. O que muitas vezes falta é a motivação pessoal para ultrapassar o fator “medo das línguas”. Muitas pessoas desenvolvem as suas competências linguísticas após saírem da escola ou da universidade, o que não é assim tão surpreendente: aprender línguas na escola é muitas vezes encarado como uma obrigação e não como uma oportunidade. É apenas quando começamos a explorar o mundo lá fora, seja por motivos profissionais ou por lazer, que nos apercebemos do valor das outras línguas. E a título de encorajamento, é bom saber que cada língua adicional se torna progressivamente mais fácil; portanto, quando tiver ultrapassado o primeiro obstáculo e quiser arriscar o húngaro ou o cantonês, experimente.

Fonte: http://edl.ecml.at/Home/Movingintothepolyglotage/tabid/2970/language/pt-PT/Default.aspx

As Línguas da Europa

É difícil calcular quantas línguas são faladas no mundo. Esta afirmação surpreende com frequência aqueles que não se dedicam à linguística, mas é precisamente assim. Na Europa passa-se o mesmo, o que não é de estranhar.

No continente europeu existem línguas que quase deixaram de ser faladas e que em tempos recentes têm sido recuperadas (como o tártaro da Crimeia, falado por um povo que foi sujeito a deportação). Línguas que chegam com as pessoas que as utilizam (como o chinês). Línguas que, por vontade das sociedades que delas fazem um elemento de identificação e de coesão social, nascem a partir de outras que já existem (como o luxemburguês, originariamente uma variedade local do alemão), e línguas que querem ressuscitar (como o córnico). Infelizmente, também há línguas que se perdem (como o aragonês). Em suma, é difícil quantificar o número de línguas que são faladas na Europa.

De todo o modo, pode considerar-se que as línguas faladas no continente europeu, do oceano Atlântico à cordilheira dos Urales — mas sem a do Cáucaso — são cerca de setenta, sem contar as diversas línguas de sinais das diferentes comunidades de pessoas surdas nem todas as línguas que os não europeus vindos de todo o mundo utilizam diariamente.

A maioria destas cerca de setenta línguas pertence à família indo-europeia, o que significa que têm uma origem comum e que, portanto, se assemelham, embora muitas vezes estas semelhanças — por exemplo entre o italiano e o sueco — só possam ser detectadas pelos especialistas, pois não são, de modo nenhum, evidentes numa primeira abordagem. Na Europa também existem línguas das famílias uraliana (como o finlandês, o estónio, o sami ou o húngaro) e altaica (como o turco ou o tártaro) e, ainda, uma língua da família afro-asiática, o maltês, relacionado com o árabe, e uma língua sem família conhecida: o basco.

Na Europa, são indo-europeias as línguas bálticas (o letão e o lituano), as célticas (por exemplo o gaélico irlandês, o galês e o bretão), as eslavas (como o russo, o polaco, o servo-croata ou o macedónio), as germânicas (como o inglês, o alemão, o frisão ou o islandês) e as românicas (por exemplo o catalão, o romeno, o castelhano ou o occitano), bem como o grego, o albanês e o romani, a língua indo-iraniana falada por tantos ciganos europeus.

Ao longo da história, as línguas europeias apropriaram-se de palavras umas das outras — e também de línguas de outros continentes, como é evidente —, numa inter-relação fecunda. Assim, apenas a título de exemplo, o turco deu a um grande número de línguas europeias palavras como haviar (‘caviar’) e yoghurt (‘iogurte’). A palavra sauna, existente em muitas línguas, provém do finlandês.

O principal desafio com que hoje em dia as sociedades europeias são confrontadas é o de continuar a manter a diversidade linguística que, sem contradição com uma notável unidade cultural, sempre desenvolveram, ao lado das línguas da imigração, actualmente tão importante. Isso significa encontrar fórmulas de comunicação supranacional que não favoreçam a hegemonia de uma língua, e também dar vida a todas as línguas do continente que, por razões económicas ou políticas, se encontrem numa situação de fraqueza que constitua uma ameaça para a sua própria sobrevivência.

Fonte: http://www10.gencat.net/casa_llengues/AppJava/pt/diversitat/diversitat/llengues_europa.jsp

Há 250 línguas ameaçadas na Europa e metade vai desaparecer em duas gerações

Mais de metade das 250 línguas minoritárias na Europa vão desaparecer no espaço de uma a duas gerações, concluíram cerca de cem investigadores, presentes no Congresso Internacional sobre Línguas Ameaçadas, que se está a realizar hoje em Minde.

«Estão identificadas 250 línguas ameaçadas em toda a Europa e, a cada duas semanas, há uma que desaparece, quando se perde o último falante», disse à agência Lusa a presidente do Centro Interdisciplinar de Documentação Linguística e Social (CIDLeS), Vera Ferreira, que organiza o congresso.

«Em todo o Mundo existem 6700 línguas e vamos perder mais de metade dessas línguas no espaço de uma a duas gerações. Identificá-las, estudá-las, preservá-las e divulgá-las é o que nos move, enquanto comunidade científica preocupada em intervir e defender a paleta da pluralidade linguística mundial», advogou.

O Centro Interdisciplinar de Documentação Linguística e Social, com sede em Minde, Alcanena, organizou o primeiro congresso dedicado a línguas ameaçadas na Europa (ELE 2013 – Endangered Languages in Europe), que reúne, desde quinta-feira, cerca de uma centena de investigadores e linguistas de todos os países europeus e dos «quatro cantos do Mundo», da Austrália ao Gana, Sri Lanka, Uganda e Nepal, para debaterem e partilharem o estado atual e o futuro das línguas ameaçadas e minoritárias.

«Foi o primeiro Congresso realizado nestes moldes em toda a Europa, e foi um sucesso, desde logo com o cruzamento da informação trabalhada a este nível, em todo o mundo, e aferir aquilo que se faz, não se faz, ou se pode fazer para preservar as línguas minoritárias», disse a linguista à agência Lusa.

«Uma das conclusões do congresso é sobre a importância premente de investir na tecnologia da linguagem e na linguística documentacional, ou seja, como tratar e desenvolver material didático e de investigação», apontou.

«É importante dar condições e meios à comunidade falante para preservar, divulgar e ensinar a língua ameaçada, desenvolvendo métodos, técnicas e tecnologias da linguagem para chegar aos jovens em ambiente escolar – no nosso caso ensinando o minderico», defendeu.

O minderico, ou Piação dos Charales do Ninhou (língua dos habitantes de Minde), está hoje sob a ameaça de extinção, apresentando uma comunidade de mil falantes passivos, 250 falantes ativos, 25 dos quais fluentes e dez não falantes, numa população total de 3293 habitantes.

«É uma língua claramente ameaçada», notou Vera Ferreira, tendo referido que o minderico está a ser alvo de alguns projetos de revitalização, através de aulas para as várias faixas etárias, formação contínua de professores, criação do primeiro dicionário bilingue acompanhado de uma versão multimédia, ou a utilização do minderico em festas, ementas, placas e preçários da vila.

Fonte: http://www.ionline.pt/artigos/mundo/ha-250-linguas-ameacadas-na-europa-metade-vai-desaparecer-duas-geracoes/pag/-1

As línguas abrem caminhos: o caso do multilinguismo europeu

Numa época de crise económica, quando as coisas não são fáceis, é importante lembrar que as línguas podem ajudar. Apesar da corrente actual de cortes e reduções orçamentais, permitam-me que defenda a importância de continuar a promover o uso de várias línguas. O regulamento da UE de 1958 que referi acima prevê que todos os documentos jurídicos da UE sejam redigidos em todas as línguas oficiais e que cada cidadão europeu possa comunicar com as instituições europeias em qualquer dessas línguas. Seria impensável que um regulamento que produz efeitos directos em Portugal não fosse traduzido em português. Todas as instituições da UE têm um serviço linguístico próprio: na Comissão, esse serviço é a Direcção-Geral da Tradução, que tenho a honra de chefiar. Entre os nossos tradutores, contam-se actualmente 65 portugueses.

À parte este ponto de vista institucional, o multilinguismo na União Europeia é também uma questão da sociedade em geral. Nessa perspectiva, significa a aprendizagem de línguas estrangeiras. A Comissão incentiva as autoridades nacionais a melhorarem o ensino das línguas e exorta os cidadãos europeus de todas as idades e condições a aprenderem línguas estrangeiras. O nosso programa de aprendizagem ao longo da vida investe anualmente cerca de 50 milhões de euros na promoção da aprendizagem de línguas.

Devemos também interrogarmo-nos sobre os sistemas de formação dos linguistas. Serão adaptados às necessidades do mercado? Produzirão um número suficiente de linguistas profissionais? A Comissão está a observar com grande interesse o que se está a fazer em termos de novos programas curriculares. A Direcção-Geral da Tradução da Comissão Europeia desenvolve desde há alguns anos o projecto EMT («European Master’s in Translation» – mestrado europeu de tradução), que atribui uma espécie de selo de qualidade aos programas universitários que propõem formações de alta qualidade em tradução ao nível de mestrado. União Europeia e definir o perfil do tradutor no dealbar do século XXI. A rede EMT conta já em Portugal com a participação do curso de mestrado em tradução e serviços linguísticos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Segundo um estudo de 2006 organizado pela Comissão Europeia, quase 11% das PME na Europa perdem concursos e contratos por causa da falta de competências linguísticas e por não estarem cientes da importância desta dimensão nos negócios1. O inglês só não chega; as empresas com uma política de multilinguismo são geralmente mais produtivas e conseguem uma maior penetração nos mercados locais. No caso das pessoas, uma das maiores vantagens da Europa é a mobilidade, que não pode existir sem competências linguísticas. Se não falamos línguas estrangeiras, não podemos ir viver, estudar ou trabalhar para outros países da UE.

Não há dúvida que, actualmente, o conhecimento de línguas é uma vantagem competitiva para as empresas europeias e facilita a obtenção de melhores empregos. As línguas já não representam apenas uma paixão pessoal ou uma satisfação intelectual; tornaram-se meios para compreender identidades, culturas e necessidades de mercado, bem como realizar objectivos pessoais, especialmente profissionais, no contexto de um mercado único e multilingue.

Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/detalhe/as_liacutenguas_abrem_caminhos_o_caso_do_multilinguismo_europeu.html

Video:

As Origens da Língua Portuguesa

A evolução do português: os antepassados

A história da língua portuguesa dá conta da evolução da língua portuguesa desde a sua origem no noroeste da Península Ibérica até ao presente, como língua oficial falada em Portugal e em vários países de expressão portuguesa.

Fazendo uma viagem pelo tempo, damo-nos conta de que as origens da língua portuguesa são remotas e há que ter em conta quatro momentos distintos.

Assim, o primeiro período designa-se por pré-românico.

Os linguistas acreditam que um grande número de línguas da Europa e da Ásia provêm de uma mesma língua de origem, designada por indo-europeu (assim chamado porque os seus membros se estendem do norte da Índia até ao ocidente da Europa). Com exceção do basco, todas as línguas oficiais dos países da europa ocidental pertencem a quatro ramos dessa família: o helénico (grego), o românico (português, italiano, francês, castelhano, etc.), o germânico (inglês, alemão) e o céltico (irlandês, gaélico). Um quinto ramo, o eslavo, engloba diversas línguas atuais da Europa Oriental.

Por volta do II milénio a.C., o grande movimento migratório de leste para oeste dos povos que falavam línguas da família indo-europeia terminou. Os celtas instalaram-se na Europa Central, na região correspondente às atuais Boémia (República Checa) e Baviera (Alemanha).

Entre o II e o I milénios a.C., os celtas ocuparam mais de metade do continente europeu. No entanto, devido à pressão romana, as línguas célticas, foram empurradas até as extremidades ocidentais da Europa, subsistindo ainda em regiões da Irlanda (o irlandês é inclusive uma das línguas oficiais do país), da Grã-Bretanha e da Bretanha francesa. Extraordinariamente, nenhuma língua céltica subsistiu na Península Ibérica, onde a implantação dos celtas ocorreu em tempos muito remotos e cuja língua se manteve na Galiza até o século VII d.C.

Fonte: http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=3176638&dossier=Portugu%EAs%20atual&page=-1

A língua portuguesa é uma língua neolatina

A língua portuguesa é uma língua neolatina, formada da mistura de muito latim vulgar e mais a influência árabe e das tribos que viviam na região.

Sua origem está altamente conectada a outra língua (o galego), mas, o português é uma língua própria e independente. Apesar da influência dos tempos tê-la alterado, adicionando vocábulos franceses, ingleses, espanhóis, ela ainda tem sua identidade única, sem a força que tinha no seu ápice, quando era quase tão difundida como agora é o inglês.

No oeste da Península Ibérica, na Europa Ocidental, encontram-se Portugal e Espanha.
Ambos eram domínio do Império Romano a mais de 2000 anos, e estes conquistadores falavam latim, uma língua que eles impuseram aos conquistados. Mas não o latim culto usado pelas pessoas cultas de Roma e escrito pelos poetas e magistrados, mas o popular latim vulgar, falado pela população em geral. Isto aconteceu porque a população local entrou em contato com soldados e outras pessoas incultas, não magistrados.

Logicamente não podemos simplesmente desprezar a influência lingüística dos conquistados.
Estes dialetos falados na península e em outros lugares foram regionalizando a língua.
Também devemos considerar a influência árabe, que inseriu muitas termos nestes romanços até a Reconquista. Este processo formou vários dialetos, denominados cada um deles genericamente de romanço (do latim romanice, «falar à maneira dos romanos»).
Quando o Império Romano caiu no século V este processo se intensificou e vários dialetos foram se formando. No caso específico da península, foram línguas como o catalão, o castelhano e o galego-português (falado na faixa ocidental da península).

Foi este último que gerou o português e o galego (mais tarde uma língua falada apenas na região de Galiza, na Espanha). O galego-português existiu apenas durante os séculos XII, XIII e XIV, na Camões, o português uniformiza-se e adquiri as característicasatuais da língua. Em 1536 Fernão de Oliveira publicou a primeira Gramática da Linguagem Portuguesa, consolidando-a definitivamente.

Fonte: http://www.eduquenet.net/origemlingua.htm

Uma língua romántica

Derivou-se o nosso idioma, como língua romântica, do Latim vulgar. É bastante difícil conhecer a língua dos povos habitantes na península Ibérica antes dos Romanos dela se apossarem.

Os Romanos ocuparam a Península Ibérica no séc. III antes de nossa Era. Contudo, ela só é incorporada ao Império no ano 197 antes de Cristo. Tal fato não foi pacifico. Houve rebeliões contra o jugo Romano.

O Latim, língua dos conquistadores, foi paulatinamente suplantado a dos povos pré-latinos. “Os turdetanos, e mormente os ribeirinhos do Bétis, adotaram de todos os costumes romanos, e até já nem se lembram da própria língua.” (Estrabão). O Latim implantado na Península Ibérica não era o adotado por Cícero e outros escritores da época clássica (Latim clássico).

Era sim o denominado Latim Vulgar. O Latim Vulgar era de vocabulário reduzido, falado por aqueles que encaravam a vida pelo lado prático sem as preocupações de estilísticas do falar e do escrever. O Latim Clássico foi conhecido também na Península Ibérica, principalmente nas escolas. Atestam tal verdade os naturais da Península : Quintiliano e Sêneca.

Do Latim vulgar

Sabe-se que o latim era uma língua corrente de Roma. Roma, destinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de seus soldados, regiões imensas. Com as conquistas vai o latim sendo levado a todos os rincões pelos soldados romanos, pelos colonos, pelos homens de negócios. As viagens favoreciam a difusão do latim.

Primeiramente o latim se expande por toda a Itália, depois pela Córsega e Sardenha, plenas províncias do oeste do domínio colonial, pela Gália, pela Espanha, pelo norte e nordeste da Récia, pelo leste da Dácia. O latim se difundiu acarretando falares diversos de conformidade com as regiões e povoados, surgindo daí as línguas românticas ou novilatinas.

Românticas porque tiveram a mesma origem: ao latim vulgar. Essas línguas são, na verdade, continuação do latim vulgar. Essas línguas românticas são: português, espanhol, catalão, provençal francês, italiano, rético, sardo e romeno.

No lado ocidental da Península Ibérica o latim sentiu certas influencias e apresenta características especiais que o distinguiam do “modus loquendi” de outras regiões onde se formavam e se desenvolviam as línguas românticas. Foi nesta região ocidental que se fixaram os suevos. Foram os povos bárbaros que invadiram a península, todos de origem germânica Sucederam-se nas invasões os vândalos, os suevos (fixaram-se no norte da península que mais tarde pertenceria a Portugal), os visigodos. Esses povos eram atrasados de cultura. Admitiram os costumes dos vencidos juntamente com a língua regional.

É normal entender a influencia desses povos bárbaros foi grande sobre o latim que aí se falava, nessa altura bastante modificado.

Formação de Portugal

No século V, vários grupos bárbaros entraram na região ibérica, destruindo a organização política e administrativa dos romanos. Entretanto é interessante notar o domínio político não corresponde a um domínio cultural, os bárbaros sofreram um processo de romanização. Neste período formaram-se uma sociedade distinta em três níveis: clero, os ricos e políticos poderosos; a nobreza, proprietários e militares; e o povo.

No século VII essa situação sofre profundas mudanças devido a invasão muçulmana, estendendo –se assim o domínio árabe variando de regiões, e tinha sua maior concentração na região sul da Península, e o norte não conquistado servia de refúgio aos cristãos e lá organizaram a luta de reconquista, que visava a retomado do território tomado pelos árabes.

No que a Reconquista progredia a estrutura de poder e a organização territorial vão ganhando novos contornos; os reino do norte da Península (Leão, Castela, Aragão) estendem suas fronteiras para o sul, o reino de Leão passa a pertencer a o Condato Portucalense.

No fim do século XI, o norte da Península era governado por o rei Afonso VI, pretendendo expulsar todos os muçulmanos, vieram cavaleiros de todas as partes para lutar contra os mouros, dentre os quais dois nobres de borgonhas: Raimundo e seu primo Henrique. Afonso VI tinha duas filhas: Urraca e Teresa. O rei promoveu o casamento de Urraca e Raimundo e lhe deu como dote o governo de Galiza; pouco depois casou Teresa com Henrique e lhe deu o governo do Condato Portucalense. D. Henrique continua a luta contra os mouros e anexando os novos territórios ao seu condato, que vai ganhado os contornos do que hoje é Portugal.

Em 1128, Afonso Henriques – filho de Henrique e Teresa- proclamou a independência do Condato Portucalense, entrando em luta com as forças do reino de Leão. Quando em 1185 morre Afonso Henriques, os muçulmanos dominavam somente o sul de Portugal. Sucede a Afonso Henriques o rei D. Sancho, que continuava a lutar contra os mouros até sua expulsão total.. Dessa forma consolida-se a primeira dinastia portuguesa: a Dinastia de Borgonhas.

Ler mais: http://tecciencia.ufba.br/aula-de-portugues-2012/aula-de-portugues-2012/a-origem-da-lingua-portuguesa

História da língua portuguesa em quadrinhos:

http://www.pixton.com/br/comic/pqfaqwor

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Vídeo:

Dialectos e Falares em Portugal

A Língua Portuguesa

O português, oitava língua mais falada do planeta (terceira entre as línguas ocidentais, após o inglês e o castelhano), é a língua oficial em sete países: Angola (10,3 milhões de habitantes), Brasil (151 milhões), Cabo Verde (346 mil), Guiné Bissau (1 milhão), Moçambique (15,3 milhões), Portugal (9,9 milhões) e São Tomé e Príncipe (126 mil).

O português é uma das línguas oficiais da União Européia (ex-CEE) desde 1986, quando da admissão de Portugal na instituição. Em razão dos acordos do Mercosul (Mercado Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte, o português será ensinado como língua estrangeira nos demais países que dele participam. Em 1994, é decidida a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que reunirá os países de língua oficial portuguesa com o propósito de uniformizar e difundir a língua portuguesa e aumentar o intercâmbio cultural entre os países membros.

Na área vasta e descontínua em que é falado, o português apresenta-se, como qualquer língua viva, internamente diferenciado em variedades que divergem de maneira mais ou menos acentuada quanto à pronúncia, a gramática e ao vocabulário.

Tal diferenciação, entretanto, não compromete a unidade do idioma: apesar da acidentada história da sua expansão na Europa e, principalmente, fora dela, a Língua Portuguesa conseguiu manter até hoje apreciável coesão entre as suas variedades.

No estudo das formas que veio a assumir a Língua Portuguesa na África, na Ásia e na Oceania, é necessário distinguir dois tipos de variedades: as crioulas e as não crioulas. As variedades crioulas resultam do contato que o sistema linguístico português estabeleceu, a partir do século XV, com sistemas linguísticos indígenas. O grau de afastamento em relação à língua mãe é hoje de tal ordem que, mais do que como dialetos, os crioulos devem ser considerados como línguas derivadas do português.

Na faixa ocidental da Península Ibérica, onde o galego-português era falado, atualmente utiliza-se o galego e o português.

Esta região apresenta um conjunto de falares que, de acordo com certas características fonéticas (principalmente a pronúncia das sibilantes: utilização ou não do mesmo fonema em rosa e em passo, diferenciação fonética ou não entre Cinco e Seis, etc.), podem ser classificados em três grandes grupos:

1. Dialetos galegos.
2. Dialetos portugueses setentrionais; e
3. Dialetos portugueses centro-meridionais.

A fronteira entre os dialetos portugueses setentrionais e centro-meridionais atravessa Portugal de noroeste a sudeste.

Merecem atenção especial algumas regiões do país que apresentam características fonéticas peculiares: a região setentrional que abrange parte do Minho e do Douro Litoral, uma extensa área da Beira-Baixa e do Alto-Alentejo, principalmente centro-meridional, e o ocidente do Algarve, também centro-meridional.

Os dialetos falados nos arquipélagos dos Açores e da Madeira representam um prolongamento dos dialetos portugueses continentais, podendo ser incluídos no grupo centro-meridional.

Constituem casos excepcionais a ilha de São Miguel e a Madeira: independentemente uma da outra, ambas se afastam do que se pode chamar a norma centro-meridional por acrescentar-lhe um certo número de traços muito peculiares (alguns dos quais são igualmente encontrados em dialetos continentais).

Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-populacao-brasileira/historia-da-lingua-portuguesa.php

Xogos da língua: http://educarparacrescer.abril.com.br/100-erros/

Conceito de dialecto

A forma correcta é, de acordo com a ortografia do Português Europeu, dialecto e, de acordo com a ortografia do Português do Brasil, dialeto. O termo dialecto é utilizado para variedades que definem uma zona relativamente abrangente. Neste sentido, há vários dialectos em Portugal (continental e ilhas). Apresenta-se, de seguida, o conjunto dos mais importantes:

Grupo dos dialectos setentrionais:

– dialectos transmontanos e alto-minhotos;

– dialectos baixo-minhotos, durienses e beirões.

Grupo dos dialectos centro-meridionais:

– dialectos do Centro-Litoral (estremenho-beirões);

– dialectos do Centro-Interior (ribatejano-baixo-beirão-alentejano-algarvios).

Dialectos insulares:

– Açores: Micaelense, dialecto São Miguel;

– Madeira: madeirense.

Dialectos asturo-leoneses em território português:

– Concelho de Bragança: Rionorês, Guadramilês;

– Concelho de Miranda do Douro: Mirandês.

Cada uma destas variedades tem características linguísticas muito particulares, que os definem individualmente. Como se pode observar, o mirandês tem exactamente o mesmo estatuto que todos os outros dialectos. Os restantes conceitos que apresenta (“sotaque” e “calão”) pouco têm de científico e são, quase sempre, muito discutíveis. Porém, de uma forma geral, pode dizer-se que “sotaque” é utilizado quando nos referimos a diferentes línguas: “sotaque” espanhol, francês, italiano… Quanto ao calão é um nível de língua, usado em situações de pouca formalidade, o que nada tem que ver com dialectos.

Fonte: http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=11859

Dá-se o nome de dialecto a todo o sistema linguístico que deriva de outro mas que não apresenta uma diferenciação suficiente relativamente a outros de origem comum. Os dialectos costumam portanto ser considerados relativamente a um conjunto de vários sistemas linguísticos com um tronco comum ou que se encontram num mesmo limite geográfico. Por outro lado, o termo dialecto também diz respeito à estrutura linguística que não alcança a categoria social de língua.

Os dialectos estão associados à variedade linguística e, por conseguinte, à diversidade linguística. Apesar de ser hábito considerar o dialecto como sendo uma espécie de sistema de menor categoria ou mais simples do que uma língua, os dialectos são, na realidade, formas particulares de falar ou de escrever uma determinada língua.

Neste sentido, os dialectos podem surgir pela variedade geográfica. No caso da língua portuguesa, por exemplo, o dialecto que se fala em Portugal utiliza palavras como “hospedeira (de avião)” ou “rapariga”, ao passo que, no Brasil, esses termos não se usam ou usam-se mais raramente (são substituídos por “aeromoça” e “moça”, respectivamente).

Os especialistas falam de dialecto de prestígio para se referirem ao dialecto elegido pelas pessoas mais prestigiosas ou que pertencem às classes sociais mais altas (alta sociedade) numa comunidade de falantes/locutores em que coexistem vários dialectos.

Geralmente, têm-se em conta três critérios para considerar se dois sistemas linguísticos são dialectos ou línguas independentes: os dialectos devem ser mutuamente inteligíveis sem aprendizagem prévia, devem fazer parte de um território politicamente unificado e devem possuir um sistema ortográfico comum.

Fonte: http://conceito.de/dialecto

Linguagem Popular

A linguagem coloquial, informal ou popular é aquela linguagem que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a linguagem popular, falada no quotidiano.

O nível popular está associado à simplicidade da utilização linguística em termos lexicais, fonéticos, sintácticos e semânticos. Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da natural economia linguística. É utilizado em contextos informais. Tomem-se a título exemplificativo os excertos que se seguem: «Minha santa filha do meu bô coração/ Cá arrecebi a tua pera mim muito estimada carta e nela fiquei ciante e sastifeita por saber que andavas rija e fera na cumpanhia do teu marido.» (Aquilino Ribeiro, O Homem na Nave); «- Ó Tio Luís, ó Tio Luís!…/ – Que é? / – Vossemecê não vê? (…)/ – Ouviste por ‘i berrar uma cabra?» (Camilo Castelo Branco, Maria Moisés, pp. 44-45).

A língua portuguesa possui uma relevante variedade de dialectos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical em relação ao português padrão. Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.

O português europeu padrão (também conhecido como «estremenho») modificou-se mais que as outras variedades. Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano, em especial o português santomense tem muitas semelhanças com o português do Brasil (também conhecido como «fluminense»), também os dialectos do sul de Portugal apresentam muitas semelhanças, especialmente o uso intensivo do gerúndio. Na Europa, o alto-minhoto e o transmontano são muito semelhantes ao galego.

Mesmo com a independência das antigas colónias africanas, o português padrão de Portugal é o padrão preferido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português apenas tem dois dialectos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note que, na língua portuguesa há dois dialectos preferidos em Portugal: o de Coimbra e o de Lisboa. No Brasil, o dialecto preferido é o falado e muito mais escrito pelos habitantes cultos das grandes cidades.

Fonte: http://www.cm-mirandela.pt/index.php?oid=3926

Apresentação: http://prezi.com/q1fnqvre85yl/os-dialetos/

Vídeo:

Algunhas amostras dos dialectos em Portugal

Açoriano

Alentejano

 Barranquenho

 Algarvio

Transmontano

1986: Uma Rapariga no Verão, de Vítor Gonçalves

raparigaVítor Gonçalves

Vítor Gonçalves é um realizador, argumentista e produtor português nascido em Angra do Heroísmo em 1951. Filho de Vasco Gonçalves.

Forma-se em 1979 na Escola de Cinema do Conservatório Nacional, que é actualmente a prestigiada Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, onde foi aluno de António Reis e onde é, actualmente, professor e director do departamento de realização.

Funda com José Bogalheiro, em 1984, a produtora Trópico Filmes, onde irá nos anos seguintes realizar, produzir e escrever algumas longas-metragens. O seu filme de estreia, Uma Rapariga no Verão, com Diogo Dória, João Perry, Isabel Galhardo e Joaquim Leitão nos principais papéis, teve a sua apresentação internacional em 1986, no Festival de Cinema de Veneza. O filme contou com o estreante Pedro Costa na qualidade de assistente de realização, de quem Vítor Gonçalves irá, anos depois, produzir a longa-metragem de estreia O Sangue, em 1989. Gonçalves passará os três anos seguintes a produzir a longa-metragem A Nuvem, de Ana Luísa Guimarães, que estreará em 1992.

Em 2013, Vítor Gonçalves regressa à realização de longa-metragem com A Vida Invisível, com Filipe Duarte, Maria João Pinho e João Perry1 , apresentado mundialmente na 8ª edição do Festival de Cinema de Roma.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitor_Gon%C3%A7alves_%28cineasta%29

Video:

Vítor Gonçalves – Uma Rapariga no Verão (1986)

«Uma Rapariga no Verão», primeira única longa-metragem de Victor Gonçalves, é um diamante, mas se o é é daqueles que não se deixam ver na plenitude para se adençarem os mistérios. É um diamante por lapidar, por decantar, frágil, que de muito longe banal parece e que olhado ao perto ofusca e todas as belezas pode ofereçer.

Já se está mesmo a ver que é da mesma família e da mesma ética que o cinema de Joaquim Pinto. Pequenos grandes objectos, fundamente intimistas e brutalmente solitários. Muito solitários. Obras que de tão especial e orgulhosa sinceridade e exposição e simplicidade complexidade – longe dos «grandes temas», causas cauções sociológicas dita contemporaneidade – de imediato são castradas postas longes de festivais e logo da «história relevante» e portanto de uma possivél memória ampla. Tamanha pobreza riqueza põe em causa e faz sentir mal o «grande cinema».

«Uma Rapariga no Verão» é um filme de deambulações diurnas e de perdições pela noite. Ou o contrário. Deambulações de uma perdida que anda muito, anda anda anda, anda sempre e está sempre sozinha, mesmo que esteja sempre alguém com ela.»Não consigo estar sozinha» diz ela, e no entanto é o ser mais desprotegido e de certa forma desarticulado da terra – como desarticuladas são aquelas danças sobre as luzes espanpanantes e destoantes das boates. O paradoxo sempre foi que os sozinhos, os imensamente sozinhos como sozinho é o filme, não o são por estarem em casa no sofá ou trancados ou no escuro…eles andam muito, sobem e descem, em circulos sobre o mesmo ou nas curvaturas das linhas rectas, e como explicou Daney, chega-se a uma altura em que se continua a não falar para ninguém ou então fala-se com a indiferença de sentidos e angústia que não se confessa e começa-se a falar com as pernas, pernas amigas fiéis mesmo que tantas vezes traidoras.

Que mundo é o mundo do filme de Victor Gonçalves? É o nosso mundo, Portugal dos anos oitenta, reconheçivél e claro, mas é um filme igualmente escuro tão escuro, de opacidades e segredos, desvios e zonas ambiguas. São os negros, os verdes, os azuis e as panteras de Tourneur, os nevoeiros cinzentissimos ao chao rasante e os carros e as mulheres mulher de Preminger ou os tais corredores penteados vertigem vermelho milhos de Hitchcock que volvem ou devolvem as características sonâmbulas ou incertas mundos outros ao nosso mundo para assim nos fazer experimentar o abandono e a procura de amor e rumo da Isabel ou do Diogo ou do pai José Manuel. Aquele caçador com a magnífica e portentosa caçadeira que entra pelos pesadelos do Diogo, ou essa irmã de Isabel que me surge igualmente tão desamparada. Um pé neste mundo e outro em mundos possivéis. A lucidez da exposição e a transe da incerteza e do ignorar medos.

«Uma Rapariga no Verão» é por isto uma experiência circundante e deambulatória como os seres que por lá habitam e não sabem onde parar que fazer e como tudo o que à definição escapa, cortantemente e secretamente elíptica – tantas são elas e tão supreendestes, em que do dia à noite total vamos parar ou contrário, de um quarto entrado em que julgamos o amor possivel acontecer para um campo de sol e ervas talvez verdes amarelas em que as caricias parecem não enganar. A reversão continua e anda de mão dava com o inexplicavél, também por isto este é um filme a preto e branco pintado nas cores e a cores urdido nos pretos e nos brancos. Na sua austeridade e cerração formal um verde irrompe no total negrume ou o total negrume pode criar um halo assustador à mais prometedora jovialidade. Nada por ali de ascético transcendental ou simples contemplação e toda a sensualidade e volúpia erotismo dos caminhares e dos gestos e dos corpos que olham e se mexem resultam da incerteza do próximo passo ou da gradação do escuro ou de outra qualquer luz que perpasse. A contemplação então inscrita no instante seguinte que não se mostra.

Fonte: http://raging-b.blogspot.com.es/2011/01/uma-rapariga-no-verao-primeira-unica.html

Video:

Maria do Rosário Pedreira: O verão

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Maria do Rosário Pedreira

Maria do Rosário Pedreira nasceu em Lisboa, em 1959. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, na variante de Estudos Franceses e Ingleses, pela Universidade Clássica de Lisboa (1981). Possui ainda o curso de Língua e Cultura do Instituto Italiano de Cultura em Portugal, tendo sido bolseira do governo italiano e frequentado um curso de verão na Universidade de Perugia. Frequentou durante quatro anos o Goethe Institut, foi professora do Ensino Básico, fez algumas traduções, proferiu conferências, etc.

Trabalhou como coordenadora dos serviços editoriais da Editora Gradiva. Foi directora de publicações da Sociedade Portugal-Frankfurt 97 e editora dos catálogos dos pavilhões oficiais temáticos da Expo-98, tal como redactora das publicações inerentes aos Festivais dos 100 Dias e Mergulho no Futuro, promovidos durante a Expo-98. É editora da «Temas e Debates» (grupo Bertelsmann) desde 1998.

Como escritora, tem já publicados vários trabalhos de ficção, poesia, ensaio, crónicas e literatura juvenil, procurando neste último género a transmissão de valores humanos e culturais. O seu romance Alguns Homens, Duas Mulheres e Eu estáconstruído em torno de uma identidade perdida, onde solidão e feminino são as peças fundamentais. Também o seu livro de poesia A Casa e o Cheiro dos Livros institui a casa como o lugar feminino que acumula esperas, o cheiro dos livros, os restos do amor, os gatos que aí se resguardam da chuva. Para a Autora – já distinguida com alguns prémios literários – , a casa pode ser considerada como um mundo onde se encerra tudo aquilo que vai perdurando, mesmo que sob a forma da memória, nostalgicamente.

Fonte: http://lugardaspalavras.no.sapo.pt/poesia/mr_pedreira.htm

Maria do Rosário Pedreira: “Vivemos tempos sem empatia, pela falta de leitura e excesso de digitalização, o que nos torna menos humanos”

É uma das mais notáveis editoras portuguesas, responsável pelas publicações do grupo Leya. Foi Maria do Rosário Pedreira que descobriu e publicou autores agora consagrados como José Luís Peixoto, Valter Hugo Mãe, João Tordo ou Nuno Camarneiro. Há mais de vinte anos que se dedica a tirar manuscritos das gavetas, ajudando a dar a conhecer o talento literário nacional. Ou como gosta de dizer anda “à procura de agulhas no palheiro”. Por isso chamam-na de “caça-talentos” e há quem a considere uma espécie de José Mourinho da literatura. Não acredita na morte do livro, mas afirma-se desesperançada com as novas gerações. “Aquilo que mais me aparece são livros que parecem guiões escritos por uma geração influenciada pelas novelas más”. Do seu ponto de vista, as séries de ficção vieram substituir a literatura porque é mais fácil ir atrás de uma coisa que não faz pensar. “O confinamento não aumentou leitores. As pessoas quiseram alienar-se com séries.” Leitora experimentada e poetisa premiada, além de letrista e escritora, assume escrever mais quando está triste e que os poemas já a salvaram da solidão e até de uma grande depressão.

Imagino-a soterrada entre pilhas de manuscritos e projetos literários, em busca de uma pérola no meio do palheiro. Mas as tais pérolas estão em crise no palheiro literário? O que faz de alguém um bom escritor ou uma boa escritora? É cada vez mais difícil encontrar novos talentos da literatura com menos de 35 anos? Os escritores precisam sempre da mão de um editor para publicarem melhores obras? Foram estas as primeiras perguntas colocadas à editora, escritora, poetisa e letrista portuguesa, Maria do Rosário Pedreira. As suas respostas, mais do que lidas, devem ser ouvidas. Mas ficam algumas notas acerca do seu olhar sobre a literatura e os tempos que vivemos, em que os livros são cada vez mais objetos para uma elite e os bons escritores das novas gerações são, como disse Agustina, “aberrações” que se destacam da menoridade. “Quando estamos a ler um bom livro estamos a ver acontecer. E quando estamos a ler um mau livro estão a dizer-nos o que aconteceu. E estou farta de originais destes.”

É com alguma desesperança que Maria do Rosário Pereira fala sobre o estado das coisas e toma o pulso dos tempos e das modas. “Não acredito na morte do livro, mas estamos a perder os leitores que ganhámos nos anos 70 e 80 para as séries de televisão”. Sobre os manuscritos que lhe chegam às mãos, confirma que é cada vez mais raro encontrar novos talentos literários abaixo dos 35 anos. Aponta como razões a maior imaturidade, a pouca leitura e a cultura da digitalização e da televisão. “Aquilo que agora me aparece mais são os livros que parecem guiões de televisão apenas com diálogos, ou muito literais e descritivos, escritos por uma geração influenciada pelas novelas más.” E ainda afirma: “A ficção tem de ser ainda mais verosímil do que a realidade. Temos de acreditar no que lemos. E tantas vezes não acredito nos escritos que me entregam, apesar de me dizerem que aquela situação aconteceu na vida real.”

Sobre a arte da escrita literária, que não está ao alcance de todos, deixa uma ideia curiosa. “O escritor utiliza o material que todos usamos para pedir um café ou mandar uma pessoa àquela parte, mas consegue fazer parecer que nunca ouvimos aquilo.”

Quanto ao ano que aí vem, acerca do qual o mundo coloca todas as esperanças e desejos para finalmente sair da pandemia, da crise e retomar alguma normalidade, não tem ilusões: “2021 foi um ano em que muitos perderam o emprego e não vai ser já que o vão recuperar. E, portanto, vem mais um ano de más notícias. No futuro nada será igual. Se o mundo não ficou igual depois do 11 de setembro, também não ficará igual depois da pandemia. Mas que nos possamos abraçar.”

Fonte: https://expresso.pt/podcasts/a-beleza-das-pequenas-coisas/2020-12-11-Maria-do-Rosario-Pedreira-Vivemos-tempos-sem-empatia-pela-falta-de-leitura-e-excesso-de-digitalizacao-o-que-nos-torna-menos-humanos

Videos:

Maria do Rosário Pedreira – O verão deixa-me os olhos mais lentos sobre os livros

O verão deixa-me os olhos mais lentos sobre os livros.
As tardes vão-se repetindo no terraço, onde as palavras
são pequenos lugares de memória. Estou divorciada dos
outros pelo tempo destas entrelinhas – longe de casa,
tenho sonhos que não conto a ninguém, viro devagar

a primeira página: em fevereiro, eles ainda faziam amor
à sexta-feira. De manhã, ela torrava pão e espremia
laranjas numa cozinha fria. Havia mais toalhas para lavar
ao domingo, cabelos curtos colados teimosamente ao espelho.
Às vezes, chovia e ambos liam o jornal, dentro do carro,
antes de se despedirem. As vezes, repartiam sofregamente
a infância, postais antigos, o silêncio – nada

aconteceu entretanto. Regresso, pois, à primeira linha,
à verdade que remexe entre as minhas mãos. Talvez os olhos
estivessem apenas desatentos sobre o livro; talvez as histórias
se repitam mesmo, como as tardes passadas no terraço, longe
de casa. Aqui tenho sonhos que não conto a ninguém.

Fonte: http://poesiaseprosas.no.sapo.pt/maria_rosario_pedreira/poetas_mariarosariopedreira_overao01.htm

Maria do Rosário Pedreira – Do verão

Do verão, diria uma planície lenta, quase amarela: o trigo

a enrolar-se nos pés, o oiro do sol, os cabelos

mais loiros. Um vento quente e ondulante sibilando

nas frestas de um celeiro. O fumo sonolento do calor

tornando informe o fio do horizonte. Do verão

diria também um tempo espesso onde todos

os acasos são sofríveis: duas papoilas, vermelho-sangue,

agitam a paisagem. Tu chegas e a minha pele chama-te

sete nomes em surdina. É a luz da tarde que faz o fulgor

dos fenos e aquece a roupa que abandonou o corpo

sem perguntas. As mãos podem então dar-se

todos os recados. E amanhã ninguém sabe. Fica

apenas um punhado de espigas quebradas sobre a planície

lenta; amarela, digo: as papoilas, entretanto, voaram.

Fonte: http://lugardaspalavras.no.sapo.pt/poesia/mr_pedreira/mrp11.htm

Maria do Rosário Pedreira – Nesse verão

Nesse verão, o vento despenteou os campos e os barcos

andaram aos gritos sobre as ondas. A beleza excessiva

das crianças arrombou os espelhos; e as raparigas,

surpreendendo a intimidade dos pais, enlouqueceram

nos corredores e foram perder-se, também elas,

na volúpia dos dias. Nas árvores centenárias,

rebentaram frutos que inflamavam a concha das mãos

e escorregavam para  boca com a pressa dos nomes

proibidos. O sol queimou as páginas do livro

interrompido na violência de um poema e revirou

os cantos do único retrato que resistira à moldura

do tempo. De noite, os rapazes deitam-se à baías

atrás de estrelas; e os amantes, incomodados

com a exiguidade dos quartos, foram fazer amor

nos balneários frios da praia e acordaram nas vozes

um do outro. Já não sei o que disse e o que disseste:

o verão desarrumo os sentimentos.

Fonte: http://lugardaspalavras.no.sapo.pt/poesia/mr_pedreira.htm

Verão, 1981: Cançao do verão

roupanovaRoupa Nova

Os integrantes do Roupa Nova começaram a carreira no final dos anos 1960, em conjuntos de baile do subúrbio carioca. Na década seguinte se aglutinaram na banda Famks, com a qual registraram diversos compactos, dois LPs e álbuns com sucessos do momento. Em 1979, o produtor Mariozinho Rocha, então na gravadora Polygram, precisava de um grupo no estilo de A Cor do Som e 14 Bis para seu elenco. Foi ele quem batizou o grupo, inspirado na música de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Mas foi graças a um impulso agressivo de um dos integrantes que o Roupa Nova passou a existir definitivamente… O grupo chegou aos anos 1980 dividido entre o dinheiro garantido como Famks e a possibilidade de uma carreira com nova denominação. Após um baile no interior de Minas sob o antigo nome, vendo os colegas comendo churrasco com farofa e batata frita de lanche, o guitarrista Kiko ficou paralisado e reagiu, chutando o tabuleiro com a comida. «É isso que vocês querem? Porque não é isso que eu quero», disse. Foi – literalmente – o pontapé que faltava para convencer os outros músicos.

A partir de 1984, com a ida para a RCA, o grupo chega ao seu auge comercial. O primeiro disco na gravadora teve total interferência do produtor Miguel Plopschi. «Tudo de Novo» mostra que os integrantes ficaram divididos entre entregar o álbum nas mãos de Plopschi, que queria torná-los mais pop e comerciais, ou manter a linha dos álbuns anteriores, com repertório fornecido por compositores alinhados com a MPB. A partir daí, o grupo emplaca hits como «Whisky A Go Go» e permanece nas paradas de sucesso até o início dos anos 1990, quando o sertanejo e o pagode passaram a reinar absolutos.

O renascer da banda acontece nos anos 2000, após o projeto «Roupacústico», bancado pela própria banda. A ideia inicial era de que o Roupa Nova gravasse um Acústico MTV. Mas a emissora negou a proposta, alegando que a banda não atingia seu público-alvo. «Eles sofreram muito preconceito desde o início, porque têm diversas influências e não se encaixam em nenhum estilo. Foi o talento deles e a vontade de fazer música, além do contato com o público, que os fez permanecer na ativa.»

Fonte: http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/musica/2013/12/25/noticia_musica,149857/livro-recupera-trajetoria-do-grupo-roupa-nova.shtml

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Letra: Roupa Nova – Cançao do verão

É como um sol de verão
Queimando no peito
Nasce um novo desejo
Em meu coração
É uma nova canção
Rolando no vento
Sinto a magia do amor
Na palma da mão
É verão!
Bom sinal!
Já é tempo
De abrir o coração
E sonhar…

O funcionamento do cérebro bilíngue

cérebroUm novo estudo realizado na Universidade de Haifa mostrou como o primeiro e o segundo idiomas são representadas no cérebro de uma pessoa bilíngue.Um único caso estudado foi testado pelo Dr. Raphig Ibrahim do Departamento de Inaptidão de Aprendizagem, e publicado no jornal Behavioral and Brain Functions, mostra como a primeira e segunda línguas são representadas em diferentes lugares do cérebro.

A questão de quão diferentes os idiomas são representados no cérebro humano ainda é incerto e, além disso, não é certo como idiomas de diferentes e de estruturas lingüísticas similares são representadas. Vários estudos têm encontrado evidências que todas as línguas que adquirimos no curso de nossas vidas são representadas em uma área do cérebro. De qualquer modo, outros estudos encontraram evidências que o segundo idioma é dissociada da representação da língua mãe.

De acordo com Dr. Ibrahim, existem várias maneiras de esclarecer essa questão, mas a melhor é examinar a representação dos dois idiomas no cérebro por meio de avaliação dos efeitos do dano cerebral na língua mãe e no segundo idioma do indivíduo bilíngue. “O exame desses casos é muito significativo, como é raro encontrarmos pessoas que são fluentes em dois idiomas e tenha dano cerebral pronlogado, sendo seletivamente afetado por um dos idiomas. Ademais, a maioria da evidência neste campo é derivada de observações clínicas do dano cerebral em inglês – e dos pacientes Índio-Europeus. Poucos estudos foram realizados nos indivíduos que falam outros idiomas, especialmente o idioma semita tais como hebreu e árabe, até o presente momento do estudo”, acrescenta.

No caso atual foi examinado um paciente bilíngüe de 41 anos de idade em que sua língua mãe é árabe, tendo fluência no hebreu como segunda língua. O indivíduo é bacharel que passou em exames de admissão em hebreu e usava a língua com freqüência em sua vida profissional. Ele sofreu um dano cerebral que foi expressado em uma desordem nos idiomas (afasia) que permaneceu depois de completar o curso de reabilitação. Durante a reabilitação, uma alto grau de melhora no uso da língua árabe foi notado, e menos no uso do hebreu. Depois, as habilidades de idiomas do paciente foram colocadas em testes padrões que examinaram o alcance de níveis nas habilidades dos dois idiomas, ao lado de outros testes cognitivos. Grande parte dos testes revelou que o dano no conhecimento do hebreu foi significativamente mais severo que a perda da habilidade do árabe.

Segundo Dr. Ibrahim, mesmo com esse defeito seletivo as capacidades linguísticas do paciente não constitui evidências suficientes para desenvolver um modelo estrutural para representar os idiomas no cérebro, neste caso constitui um importante passo nessa direção, particularmente considerando que procede com idiomas únicos que ainda não foram estudados e são foneticamente, morfologicamente e sintaticamente similares.

Fonte: https://hypescience.com/18546-pessoas-bilingues-possuem-areas-distintas-no-cerebro/

Idosos bilíngues têm cérebro mais «eficiente»

Idosos que falam duas línguas desde a infância têm mais facilidade em alternar de uma tarefa cognitiva para outra do que pessoas da mesma faixa etária que falam apenas um idioma. Essa é a conclusão de um estudo publicado nessa quarta-feira no periódico The Journal of Neuroscience. A pesquisa também mostra que os indivíduos bilíngues apresentam padrões de atividade cerebral diferentes de seus pares monolíngues ao alternar as atividades.

Conforme uma pessoa envelhece, a flexibilidade cognitiva, ou seja, habilidade de se adaptar a circunstâncias inesperadas, se torna mais restrita. Estudos recentes sugerem que falar duas línguas ao longo da vida pode reduzir essa perda, devido ao fato do indivíduo alternar o idioma falado com frequência.

Pesquisa — Para estudar como a habilidade de falar mais de uma língua desde a infância afeta o funcionamento neural, pesquisadores da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, monitoraram a atividade cerebral de 110 participantes por meio de ressonância magnética funcional (procedimento que detecta atividade cerebral associada a mudanças no fluxo sanguíneo) durante a realização de um teste cognitivo.

A atividade consistia em descrever a cor ou a forma de figuras, que podiam ser círculos ou quadrados, azuis ou vermelhos, conforme era solicitado. O mesmo teste foi aplicado a dois grupos distintos. O primeiro, composto por 30 idosos (de 60 a 68 anos), sendo 15 bilíngues e 15 monolíngues e o segundo, por 20 adultos monolíngues, 20 adultos bilíngues, 20 idosos bilíngues e 20 idosos monolíngues.

Para a realização desse estudo, o termo ‘bilíngue’ correspondeu a uma pessoa que fala inglês e outro idioma diariamente, desde os dez anos de idade ou menos.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/idosos-bilingues-tem-cerebro-mais-eficiente

Crianças bilingues têm mais capacidade para multitarefas

As crianças bilingues são mais capazes de realizar diversas atividades ao mesmo tempo do que as que falam apenas um idioma, mas demoram mais para adquirir vocabulário, segundo um estudo canadense publicado nesta terça-feira na revista Child Development.

Os psicólogos Raluca Barac e Ellen Bialystok, professores na Universidade de York em Toronto, realizaram um teste com 104 crianças anglófonas de seis anos e compararam aos resultados de crianças da mesma idade que falavam, além de inglês, chinês, francês ou espanhol, segundo o estudo.

Em um teste de atenção, organização e planejamento, as crianças deveriam apertar uma tecla de um computador enquanto passavam imagens de animais ou cores.

Todas as crianças responderam com a mesma velocidade quando as respostas se limitavam a animais ou cores, mas quando deviam passar de animais a cores unicamente e pressionar um botão diferente, os bilingues foram mais rápidos em realizar a mudança.

«Os bilingues têm em sua mente dois jogos de regras linguísticas e seu cérebro aparentemente sabe como ir e vir entre elas, dependendo das circunstâncias», afirmou Peggy McCardle, responsável pela unidade de desenvolvimento e comportamento da criança do Instituto americano para a Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (National Institute of Child Health and Human Development), que comandou o estudo.

No entanto, o estudo destacou que as crianças unicamente anglófonas foram mais eficientes no teste de vocabulário e gramática.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/criancas-bilingues-tem-mais-capacidade-para-multitarefas-diz-estudo

Ser bilingue melhora capacidades cerebrais

«Bilingues são malabaristas naturais», refere Viorica Marian, co-autora da investigação da universidade norte-americana de Northwestern, «conseguem manipular melhor os sons que recebem e, tudo indica, automaticamente prestar mais atenção aos relevantes em detrimentos dos restantes. Em vez de suscitar a confusão linguística, o bilinguismo melhora um ‘controle inibidor’, ou a capacidade para seleccionar os sons relevantes do discurso e ignorar os outros».

Divulgado na » Proceedings of the National Academy os Sciencies «, o estudo levado a cabo com 48 estudantes – 25 apenas falantes de inglês, 23 falantes de inglês e espanhol – conseguiu obter pela primeira vez dados biológicos que mostram que o bilinguismo melhora o funcionamento do cérebro e o modo o sistema nervoso reage aos sons.

Através de eléctrodos foram registados os padrões das ondas cerebrais dos estudantes. Ao escutarem discursos gravados sem ruídos de fundo, ambos os grupos reagiram de forma similar. No caso de gravações em que as vozes surgiam entre outros sons, os cérebros dos estudantes bilíngues foram muito mais eficazes a focar a sua atenção e análise apenas nos discursos.

Capacidades semelhantes às dos músicos

«O bilinguismo enriquece o cérebro e tem consequências reais no seu modo de funcionamento, especificamente na atenção e memória funcional», afirma Nina Kraus, que conduziu a investigação.

Os dados biológicos recolhidos mostram a enorme plasticidade neurológica ligada à relação entre as funções sensoriais e cognitivas. As capacidades potenciadas pelo bilinguismo são semelhantes às que ocorrem com os músicos.

Futuramente, as duas investigadoras vão tentar perceber se esses efeitos ocorrem também quando se aprende uma segunda língua numa fase tardia da vida.

Fonte: http://expresso.sapo.pt/ser-bilingue-melhora-capacidades-cerebrais=f723191

O que acontece em um cérebro bilíngue?

Um estudo conduzido por pesquisadores da área de psicologia da Universidade de Lund, na Suécia, reuniu um grupo de jovens da Academia de Intérpretes das Forças Armadas da Suécia. O objetivo foi  medir seus cérebros antes e depois que eles recebessem um treinamento intensivo em idiomas estrangeiros.  Treinamento que incluiu, entre outras, línguas como o Russo e o Árabe. Como resultado, após 13 meses de trabalho, eles passaram de não ter qualquer conhecimento em um idioma a falá-lo fluentemente. 

Como grupo de controle, os pesquisadores usaram um grupo de estudantes de medicina e ciências cognitivas. Esse grupo não estudou nenhum idioma, mas sim outros assuntos, também de forma intensa e pelos mesmos 13 meses. Os participantes dos dois grupos tiveram seus cérebros analisados por meio de ressonância magnética antes do início do curso intensivo e três meses depois do seu término. 

O que os testes mostraram

Os resultados foram surpreendentes. A estrutura do grupo de controle permaneceu inalterada. Já entre os estudantes de idiomas, áreas específicas do cérebro apresentaram crescimento.  Essas áreas foram o hipocampo e a estrutura cerebral relacionada à aquisição de novos conhecimentos e de noção espacial, além de três regiões do córtex cerebral.

De acordo com Johan Martensson, da Universidade Lund, algumas áreas do cérebro se desenvolveram em porcentagens diferentes. Isso, de acordo com o nível de proficiência adquirido e a quantidade de esforço dos estudantes nas aulas. Ou seja: os estudantes que mostraram maior crescimento do hipocampo e de regiões do córtex cerebral, que estão relacionadas à aprendizagem de idiomas, foram aqueles que adquiriam maior domínio dos idiomas que estudaram. 

Já os estudantes que tiveram que se esforçar mais durante o processo de aprendizagem foram os que mostraram maior crescimento de áreas relacionadas a funções motoras e a regiões do córtex cerebral. Isso mostra que as áreas do cérebro que mais se alteram são aquelas relacionadas à habilidade de aprender um idioma com facilidade, e que os tipos de alterações que ocorrem variam de acordo com os resultados alcançados pelos estudantes.

Fonte: https://www.mosalingua.com/pt/cerebro-bilingue/

Quanto mais cedo começar a educação bilingue, melhor. O cérebro agradece

«Mamã» e encore foram as duas primeiras palavras proferidas por Joshua. A primeira por razões óbvias, a segunda porque «sempre comeu bem e pedia mais». Entre brincadeiras, o rapaz de cabelo alourado e sorriso fácil explica ao DN como é ser bilingue: «Nasci em França e em casa falo francês. Em inglês é que só sei dizer hello.» É em português que Joshua, de 5 anos, fala com o DN. Vive em Portugal há quatro anos e, segundo a mãe, domina perfeitamente as duas línguas. «Quando estávamos em França, falávamos português em casa e francês fora. Agora é ao contrário», explica Nathalie Borralho, de 41 anos, que também teve uma educação bilingue, pois viveu grande parte da infância em França. «Foi uma mais-valia para a minha vida pessoal e profissional. O pai continua em França e fez questão de manter as duas línguas.»

São várias as razões pelas quais alguns pais optam por uma educação bilingue, nomeadamente quando há mais do que uma nacionalidade na família. Devido à plasticidade cerebral, dizem os especialistas que a aprendizagem deve começar logo desde a nascença, para que seja mais fácil a criança tornar-se fluente em duas línguas. Embora ao longo dos anos tenham surgido estudos que apontam para algumas desvantagens, os pediatras e especialistas em bilinguismo ouvidos pelo DN são unânimes: do conhecimento de outra cultura a um maior desenvolvimento de funções cerebrais, dominar duas línguas só tem vantagens.

A definição do conceito não é consensual. «Para alguns autores ser bilingue significa ter a necessidade de usar duas (ou mais) línguas no seu dia-a-dia, independentemente da idade ou do contexto em que adquiriu essas línguas», explica Cristina Flores, diretora do Departamento de Estudos Germanísticos e Eslavos na Universidade do Minho, que defende, no entanto, uma outra definição mais restrita. «O falante bilingue é aquele que adquiriu duas línguas na infância, em contexto naturalístico, e usa-as regularmente.»

Para a investigadora do Centro de Estudos Humanísticos, que já coordenou vários projetos sobre bilinguismo, a altura ideal para a criança começar a prender uma segunda língua «é a partir da nascença». «Se a criança nasce num contexto familiar em que os pais são falantes nativos de diferentes línguas, então o ideal é mesmo que cada um fale a sua língua materna com a criança logo desde o início», explica. De acordo com a investigação feita nos anos 80, «estas crianças desenvolvem duas línguas maternas, não as confundem e não têm desvantagens cognitivas por crescerem com duas línguas». Contudo, lamenta, «ainda há psicólogos e pediatras que aconselham casais mistos a usarem apenas uma língua para não confundirem as crianças». Uma ideia que não faz sentido, esclarece, pois «o cérebro infantil é mesmo como uma esponja».

Filipe Glória Silva, pediatra do desenvolvimento no CUF Descobertas Hospital, também defende que, «em condições normais, quanto mais cedo a criança aprender a segunda língua, melhor». Existe apenas uma exceção: «Algumas crianças revelam grandes dificuldades no desenvolvimento da linguagem em idades precoces. Nesses casos, para lhes facilitar a vida, pode escolher-se apenas uma língua e introduzir a outra mais tarde.» Segundo o coordenador do Curso Pós-Graduado de Neurodesenvolvimento da Criança e do Adolescente da Nova Medical School, o segundo melhor período para aprender será dos 4 aos 7 anos e depois até ao início da puberdade.

Vantagens no raciocínio

João Maio Rocha, empresário português a viver na Austrália, tem duas filhas bilingues. Beatriz, de 15 anos, cresceu com o português em casa, em Moçambique, e passou a dominar o inglês quando entrou numa escola internacional. «Depois fomos para a Austrália e prosseguiu os estudos em inglês.» Já Gabriela, de 5 anos, aprendeu português nos dois primeiros anos em casa, mas quando entrou no jardim-de-infância, na Austrália, o inglês sobrepôs-se. «Entretanto voltou para Moçambique e está a falar novamente português. A língua estava lá, mas dormente. Esse super- poder foi reativado.»

Além do convívio com culturas diferentes e de uma «maior amplitude de possibilidades» profissionais, João Maio Rocha defende que o bilinguismo tem vantagens ao nível do raciocínio. Filipe Glória Silva corrobora: «Há estudos que defendem que os bilingues estão a desenvolver mais algumas funções cerebrais relacionadas com a memória, a capacidade de concentração e com as funções executivas, o que está relacionado com o trabalho que a criança tem de, a todo o momento, decifrar a língua em questão e qual deve usar.»

Hugo Rodrigues, pediatra, reforça a mesma ideia: «Em termos de raciocínio e capacidade de abstração, são meninos em vantagem porque têm uma estimulação maior.» A investigadora Cristina Flores frisa, no entanto, que «quanto às vantagens cognitivas, os resultados não são unânimes». Psicólogos como a canadiana Ellen Bialystok «tentaram demonstrar que as crianças bilingues têm vantagens cognitivas, sendo mais flexíveis e mais rápidas nas tomadas de decisões», mas há outros estudos que não mostram diferenças cognitivas em monolingues e bilingues. «O que é relevante é que o bilinguismo não traz desvantagens cognitivas – e vantagens pessoais, profissionais e sociais traz muitas», sublinha.

No passado, alguns estudos indicavam que as crianças bilingues podem demorar um pouco mais a expressar-se. «Da última vez que revi as evidências científicas, não havia indicações de que isso seja verdade. Habitualmente, dizem as primeiras palavras e associam-nas na mesma altura, mas há uma fase em que podem misturar um pouco as duas línguas», destaca Filipe Glória e Silva. Também há quem defenda que o vocabulário destas crianças é mais limitado. «Mas se juntarmos ambas as línguas verificamos que as crianças bilingues conhecem tantos ou mais conceitos do que as crianças monolingues», assegura Cristina Flores.

Fonte: https://www.dn.pt/sociedade/quanto-mais-cedo-comecar-a-educacao-bilingue-melhor-o-cerebro-agradece-8810378.html

Os Benefícios de um Cérebro Bilíngue.

O advento da globalização permitiu ao mundo uma conexão sem fronteiras, mas trouxe também novos desafios para a educação. De acordo com Stephanie Bell-Rose, ex-presidente da Goldman Sachs Foundation (uma prestigiosa ONG Americana dedicada a educação e saúde) é essencial focar-se na resolução de problemas e no desenvolvimento de habilidades cognitivas, uma vez que as crianças de hoje em dia possuem um repertório de informação muito amplo que precisa ser processado e organizado.

E uma ferramenta excelente nessa empreitada é o ensino bilíngue.

De acordo com um estudo feito pela European Comission, em 2006 56% da população mundial era bilíngue, sendo que em muitos países a porcentagem chegava a quase 99% (como é o exemplo de Luxemburgo). Atualmente, segundo o National Institutes of Health, mais de 66% das crianças do mundo se desenvolvem em ambiente bilíngue.

Além disso, ao longo dos 10 primeiros anos de vida, existe uma explosão de aprendizados no desenvolvimento humano, fato este que acontece desde que o bebê está ainda sendo gerado. Quando uma criança nasce, seu cérebro está preparado para fazer um enorme número de sinapses promovendo um rápido e efetivo aprendizado, segundo Susan Jindrich “O cérebro é como um computador, possuindo um enorme potencial de crescimento, dependendo dos estímulos recebidos”, ou seja, a primeira infância é a principal janela de oportunidade do desenvolvimento cognitivo e motor de uma criança.

As atividades propostas até os 10 anos, determinará os padrões de desenvolvimento e aprendizagem de uma criança, e dependendo dos estímulos recebidos, aprendem a solucionar problemas, amadurecem o seu pensamento crítico e as desenvolvem a habilidade de comunicativa (fala, escrita e expressão corporal).

Assim, quais seriam as principais vantagens de se oferecer uma educação infantil bilíngue, quando já se existe tanto pra aprender na língua materna?

1. Flexibilidade Mental

Estudos realizados pela Universidade de Toronto concluíram que crianças bilíngues de idade pré-escolar tem maior flexibilidade cognitiva — quer dizer, uma habilidade superior de lidar com informação visual e verbal conflitante. Isso é devido as chamadas funções executivas, quer dizer, as funções cerebrais que regulam processos como atenção e inibição.

Em uma pessoa bilíngue, informação de ambas as linguagens está sempre vindo à tona. Por exemplo, uma pessoa bilíngue completa automaticamente o começo de uma palavra com palavras de suas duas línguas. Assim “can” pode ser completado como “candy” ou “candle” e também como “cantar” e “cantina”. Uma vez que os dois sistemas de linguagem estão sempre ativos e competindo, essa pessoa usa suas funções executivas toda vez que fala ou escuta. E a prática constante fortalece essas funções e até modifica as áreas do cérebro relacionadas!

2. Flexibilidade Comportamental

As pesquisadoras Alena Esposito e Lynn Baker-Warda constataram que crianças em classes bilíngues de sete a doze anos apresentavam maior sucesso em inibição e troca-de-regras de comportamento; quer dizer, tinham mais sucesso em inibir comportamentos inapropriados (como por exemplo: falar alto na sala de aula) e adaptar seu comportamento quando as regras mudavam (passando da hora do recreio para a hora da aula, por exemplo). Mais uma vez mostrando o fortalecimento de suas funções executivas.

Segundo o mesmo princípio, pessoas bilíngues tem mais facilidade em trocar de tarefa; por exemplo, quando bilíngues tem que trocar entre categorizar um objeto por cor, e categorizar pela forma, eles o fazem bem mais rápido que pessoas monolíngues, refletindo seu controle cognitivo superior.

3. Melhoras no Aprendizado

O bilinguismo amplia a capacidade de uma pessoa a processar melhor a informação de seu ambiente, o que facilita o aprendizado. Esse tipo de atenção aguçada é a razão pela qual cidadãos bilíngues aprendem uma terceira língua mais facilmente do que um indivíduo monolíngue.

Essa vantagem no aprendizado de outros idiomas se dá face a facilidade de uma pessoa bilíngue em se focar nas informações da língua nova e ignorar as línguas que já conhecem. Assim, a pessoa bilíngue tem acesso mais rápido a vocabulário novo, ao contrário de pessoas monolíngues que não estão acostumados e lidar com informações conflitantes.

Esse processo começa a desenvolver desde muito cedo; em bebes de até sete meses!

4. Menor Declínio Mental com a Idade

Estudos mostram que as adaptações de um cérebro bilíngue podem agir como proteção contra a demência nas pessoas idosas. Se postula que, porque o bilinguismo mantem os mecanismos cognitivos bem treinados, o cérebro pode recrutar áreas alternativas do cérebro pra compensar aquelas que ficaram danificadas com a idade. Pessoas bilíngues mais velhas tem melhor memória e melhor controle das funções executivas, se comparada com seus idosos monolíngues.

5. Benefícios Culturais

Desenvolver um alto nível de proficiência em outra língua abre as portas para novos modos de pensar sobre o mundo, e a possibilidade de relacionamentos com pessoas de outras comunidades e de outros países.

6. Benefícios Econômicos

Um estudo realizado pela Universidade da Flórida constatou que pessoas bilíngue em Inglês-Espanhol ganhavam até 7.000 dólares a mais por ano do que seus colegas que falavam apenas Inglês, e que corporações locais “simplesmente não conseguiam achar funcionários bilíngues o bastante”.

7. Benefícios Acadêmicos

Outras pesquisas também constataram que crianças americanas em programas bilíngues (Inglês-Espanhol) tinham maior dificuldade que seus pares monolíngues na leitura do Inglês por volta dos oito ou nove anos. Entretanto, aos treze anos, essas mesmas crianças tinham uma leitura igual ou melhor que seus pares em Inglês e definitivamente melhor em Espanhol.

Sendo assim, não resta dúvida que o investimento numa educação bilíngue traz não apenas benefícios cognitivos, mas também socioeconômicos que perduram a vida toda.

Benefícios de um Cérebro Bilíngue

01    Inteligência

Em uma pesquisa feita pela University College London (Inglaterra), foi descoberto que o cérebro dos bilíngues desenvolve mais massa cinzenta em uma região associada a aquisição de vocabulário. A massa cinzenta concentra uma boa porção das células nervosas no cérebro. Quanto mais massa cinzenta, melhor e mais rapidamente o cérebro é capaz de executar uma dada tarefa.

Segundo pesquisa da Universidade de York (Canadá), estudantes de línguas estrangeiras tendem a pontuar melhor em testes padronizados que seus colegas monolíngues, principalmente em categorias de matemática e assim como outras tarefas de solução de problemas.

Um cérebro bilíngue está em constante conflito, ele faz um complexo malabarismo com as duas línguas. Ele é desafiado a reconhecer, negociar significados, comunicar em diferentes sistema de linguagens e decidir qual é a língua mais adequada para dar foco em cada instante. Esta atividade adicional, em comparação a um cérebro monolíngue, desenvolve vários avanços cognitivos, deste modo aumenta capacidade interpretar significados e solucionar problemas, inclusive os não relacionados a idiomas.

02    Poder de Decisão

Estudos da Universidade de Chicago (EUA) mostram que pessoas que dominam uma segunda língua tomam decisões usando mais a razão do que a emoção. Elas tendem a avaliar suas decisões levando em conta o longo-prazo, o que traz grandes benefícios nos negócios, na carreira, nas finanças pessoais e até mesmo nas relações afetivas. O cérebro de uma pessoas bilíngue é mais analítico, e avalia as situações de tomada de decisões com mais imparcialidade.

É como ter uma segunda opinião dentro de nossas cabeças.

03    Envelhecimento mais Lento

Com o avançar da idade nosso cérebro naturalmente tende a envelhecer e a perder capacidades cognitivas. Uma das melhoras formas para desacelerar este envelhecimento é fazer o uso de dois ou mais idiomas. Os estudos da Universidade de Edinburgh (Escócia) mostram que as pessoas bilíngues perdem capacidades cognitivas sempre depois dos monolíngues. Os bilíngues idosos apresentaram melhores resultados principalmente em testes de atenção, foco e fluência.

Os bilíngues ainda se mostram capazes de atrasar doenças de demência como o Alzheimer. Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisas Rotman (Canadá), em um grupo de pacientes com Alzheimer, os que eram bilíngues começaram a apresentar sintomas da doença 5 anos depois, em média.

04    Memória

Muitas vezes o cérebro é comparado com o músculo, pois quanto mais exercitado mais eficiente ele fica. Então, quando se exercita constantemente a memória aumenta-se a capacidade de memorização do cérebro. Aprender línguas é um excelente exercício neste aspecto, pois consiste em registrar novas regras gramáticas, novos sons e muitas palavras novas.

Estudos da Universidade de New Brunswick (Canadá) demonstraram que bilíngues são melhores para reter listas e sequências. Isto pode ser percebido com maior facilidade para lembrar da lista de compras, lembrar nomes e direções.

Universidade de Granada (Espanha) conduziu um estudo com crianças, em que uma parte delas viviam em ambientes bilíngues. Foi revelado que as crianças bilíngues desenvolveram uma melhor memória de trabalho – responsável por guardar e processar informações de curto-prazo. A memória de trabalho tem um papel principal na execução de uma larga gama de atividades como cálculo mental (pois precisamos lembrar de números e operá-los) ou compreensão de leitura (dado que é necessário associar os sucessivos conceitos em um texto).

05    Percepção e Atenção

Estudos da Universidade de Pompeu Fabra (Espanha) mostram que os bilíngues são mais perceptivos e mais observadores quanto ao mundo ao seu redor. São mais capazes de focar em informações relevantes, filtrando as irrelevantes, e ainda são melhores para perceber quando uma informação é falsa.

Será que é coincidência que o famoso detetive Sherlock Holmes era poliglota?

Um estudo da Universidade de Northwestern (EUA) mostra que os bilíngues conseguem se concentrar mais facilmente no que está sendo falado em ambientes ruidosos. Isso se deve ao fato que o cérebro dos bilíngues estão acostumados se concentrar em um de seus idiomas e filtrar o outro. Por exemplo, os bilíngues têm mais facilidade para entender uma palestra dada em um auditório barulhento, ou conversar com alguém dentro de um ônibus lotado.

06    Criatividade

Estudos feitos pela Universidade de Georgia (EUA) com crianças bilíngues e monolíngues, apontam que quanto mais bilíngues mais criativas eles tendem a serem. Elas foram melhores em testes que envolviam soluções e problemas que necessitavam de habilidade como, flexibilidade de ideias, reconhecimento de significados e associações, uso de múltiplas abordagens, entre outras.

Saber outra língua permite que o indivíduo seja largamente exposto a outra cultura. Este é um fator que influência diretamente em sua criatividade. Quando encontra um problema, o bilíngue tem mais facilidade de analisá-lo por diversas perspectivas, e assim ser mais criativo para encontrar a melhor solução.

07    Multi-tarefa

Multi-tarefa é a capacidade de conseguir mudar de um padrão de pensamento para outro, mudar a forma de compreender algo, mudar com facilidade em que assunto se está dando foco, deixar de fazer uma tarefa e rapidamente iniciar outra.

Esta é uma das habilidades em que os bilíngues mais se destacam. De acordo com a Universidade Estadual de Pennsylvania (EUA), quando a pessoa é bilíngue, o seu cérebro exercita constantemente e habilidade mudar de um padrão de linguagem para outro, então são mais capazes de mudar rapidamente a sua estrutura de pensamento e trabalhar em múltiplos projetos ao mesmo tempo.

Em um dos estudos da Universidade de York (Canadá), um grupo de pessoas foram testadas em um simulador de direção de carro e em paralelo foram dados tarefas extras, como por exemplo, falar no celular. Todos dirigiram pior quando tinham que fazer as outras tarefas, mas os que eram bilíngues não pioram tanto quanto os monolíngues.

Então tome cuidado quando pegar carona com um monolíngue, por prudência, sugiro que você não puxe conversa.

08    Compreensão da Língua Materna

Ao contrário do que se poderia imaginar, jovens estudantes que começam a estudar cedo um segundo idioma não encontram problemas ao estudar seu primeiro idioma. Na verdade, eles tendem a melhorar ainda mais a compreensão do primeiro idioma.

Programas de estudos com imersão em francês no Canadá, programas em que as crianças aprendem seu currículo escolar parcialmente em inglês e francês como segundo língua, demonstraram isso. Apesar dessas crianças ficarem menos expostas ao inglês em sala de aula do que as de escolas normais, elas conseguem obter desempenho melhor em sua língua materna.

Ao aprender um segundo idioma você terá maior compreensão da lógica da linguagem: gramática, conjugação e estrutura de sentenças. Constantemente você estará fazendo comparações entre os dois idiomas, verificando quais são as particularidades de cada uma. Essas habilidade podem fazer de você um comunicador mais eficiente.

09    Facilidade para Aprender um Terceiro Idioma

Assim como a segunda língua ajuda a primeira, é evidente que também irá ajudar para obter a terceira.

Estudos da Universidade de Haifa (Israel), comparam um grupo de crianças imigrantes vindas da antiga União Soviética, que aprenderam hebreu como segunda língua, com um grupo de crianças israelenses. O objetivo era avaliar os seus desempenhos na aprendizagem de inglês. As crianças imigrantes, que estavam aprendendo inglês como terceiro idioma, obtiveram pontuações maiores, principalmente na habilidade de escrita. Uma surpresa foi a nota de hebreu, que curiosamente levaram vantagem também.

O nosso cérebro quando já domina dois idiomas ele tem uma maior compreensão de como o processo de linguagem funciona, e tem um arsenal de recursos para aprender um terceiro idioma. Ele estará mais preparado para fazer a ligações neurais necessárias para guardar as informações do novo idioma.

Para tirar vantagem desse fato, algumas escolas resolveram ensinar esperanto antes de ensinar qualquer outra língua para os seus alunos. O esperanto é uma língua artificial, projetada para ser simples, regular e, consequentemente, de rápida aprendizagem. Ou seja, conclui-se que é mais vantajoso estudar esperanto por um ano e depois estudar, por exemplo, inglês, do que estudar somente inglês por dois anos.

Imagino que seja da mesma forma como é mais fácil de ensinar xadrez para quem já sabe jogar damas.

 
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